Parte da impressão digital da Grua, e consequentemente da Etérea, está na divulgação de artistas. Nesse sentido, Portal33 é a nova (quase-)galeria digital na qual partilhamos o perfil de vários artistas.

António Camarinha
“Ilustrações simples tipo… Pão com manteiga.” Uma frase auto-biográfica de António que, em muitos dos seus trabalhos, se traduz em amor, quando o amor é simples. Caracterizado pelas cores fortes e saturadas, ficam-nos frases e desenhos, pensamentos, dicas, chamadas de atenção ou simples devaneios.

Pisco
A simplicidade e a delicadeza gráficas, o cuidado e a busca pelo que vem da terra. Poderia ser uma descrição das genuínas criações de Pisco, ou Catarina Silva. O papel une-se à linha, criando objectos lúdicos ou funcionais que surgem num background imaginativo e sincero.

Insolnia
Desde quando as cores do imaginário corresponder às da realidade? Insolnia dá provas, através de aguarela, pastéis de óleo e outros materiais que transpiram cor, de que as peles podem ser verdes e as paisagens mais saturadas do que o que os nossos olhos podem enxergar ao pôr-do-sol.

Tristany
2020 foi o ano de Tristany, que lançou um longo e ambicioso MEIA RIBA KALXA, um poema de amor à vida da Linha de Sintra. O artista multidisciplinar lançou um raio de luz sobre um prisma, multiplicando as cores e as formas do seu MEIA RIBA KALXA, transformando-o num álbum, mas também numa mini-série (baru ku riba), e num conjunto de vídeos e imagens. A imersão no seu mundo (não-imaginário, não se esqueçam) é total: missão cumprida.

Carolina Caldeira
Apaixonada pelos pequenos vandalismos poéticos, por banheiras sonhadoras e casas-de-banho esteticamente apelativas, pelas colagens e pela conversão de objectos quotidianos a obras de arte, Carolina demonstra-se uma artista visual multifacetada e imparável. Além de toda a sua criação visual, ainda é a cabeça por trás de Bathstage, e a voz por trás das canções de índole jazzística que a acompanham.

Another Ângelo
O desarrumado no arrumado. Quando uma estética improvável se torna um contento e um prazer aos olhos de quem a observa. Entre frases relacionáveis e estímulos cerebrais, o trabalho de Anotherangelo convence-nos de que a arte “faz sentido se fizer sentido” na perspetiva de quem a cria.
ZZY
O alter-ego de José Veiga tem sido casa para uma produção criativa e bastante prolífica de música electrónica, desde a mais angular até à mais sonhadora e introspectiva do mundo ambient, com o piano como um instrumento central. As distopias não são desenhadas só pela ficção científica, mas também por um universo sonoro rico e imaginativo, no qual a introspecção é bem-vinda.
Beatriz Cosmos
O cosmos de Beatriz é bastante coeso, embora circunscreva um ambiente muito próprio e pessoal, feito de linhas contidas e cores vivas, composto por domingos em casa, com plantas domésticas e retratos sonhadores.

Doodleslu
Traços particulares e cores magnéticas que se fazem acompanhar de legendas espontâneas, fáceis provocadoras de sorrisos. Doodleslu permite-nos que a acompanhemos numa viagem entre o (quase) absurdo, uma viagem aos confins do mundo entre mensagens com as quais nos relacionamos naturalmente e imagens que nos prendem o olhar, dando a ilusão de que nos movimentamos na imagem.
Stefan Silva
É impossível ignorar as pessoas e a efemeridade de tudo o que simplesmente é, nas polaroids de Stefan Silva. Os seus retratos, de cores intensas e contornos esbatidos, reavivam a noção da Polaroid e da fotografia instantânea como um formato artístico e criativo, afastando-a da concepção mais generalizada da “fotografia que se auto-revela em 30 minutos”
Pouco Pacífica
Guiada por mercúrio, Pouco Pacífica guia-se também a si mesma instintivamente pelos caminhos daquele lugar sem nome, sem localização, sem tempo. E onde não existe tempo, não existem os limites, as formatações que nos obrigam a encaixar o cubo na forma quadrada. Pouco Pacífica é também pouco racional aos olhos comuns, tornando enigmáticos sentimentos opostos que expostos, parecem o mesmo.
Vasco Completo
Músicas que nos levam ao devaneio, fantasias que vagueiam entre a melancolia e o entusiasmo. Cada batida transporta-nos a uma dimensão diferente e enternecedora, sem nunca desligar do som em si, mas sim, concentrando-nos cada vez mais em cada sonoridade e em cada detalhe.
Um trabalho facilmente destacável e repleto de estímulos a proporcionar a quem o ouve.
Sol Duarte
No seu trabalho, Sol representa em cores berrantes e retratos expressionistas um mundo no qual o corpo humano tem muito a dizer, desde a nudez ao género e à sexualidade, sem nunca conseguir fugir ao sentimentalismo das suas representações visuais.
Pedro Sanchez
Debruçando-nos sobre as xilogravuras de Pedro Sanchez, deparamo-nos com um verdadeiro cenário, um labirinto, onde em cada milímetro existe um pormenor que nunca teria sido visto anteriormente. As zines desdobravéis de grandes dimensões deixam-nos o olhar fixado, sempre à descoberta de novos pormenores.

Annehail
Um jogo entre palavras e imagens, uma realidade impactante facilmente relacionável. Os trabalhos de Annehail relembram um humor negro, uma quase troça aos desafios sociais e mentais pelos quais todos passamos, desprendido de qualquer felicidade forçada, um pró transparência e autenticidade inconfundível.
Dois Vês
As personagens de Dois Vês gostam de saltar do papel. Às vezes tanto salto dão que se tornam em prints, mas sentem-se aprisionadas por duas folhas. O resultado disto são trabalhos delicados, pormenorizados e pensados, com aquele sabor a risografia tão doce. As duas folhas fazem envelopes, as personagens saltam em prints dentro deles.
Rita António
Rita António vive entre o design, a ilustração, a fotografia e o vídeo. Existe um corredor que interliga todas estas salas, a música. Criando o seu universo imaginado, manifesta-se através de cartazes para festivais de música, zines sobre bandas e videoclips, com tons peculiares, honestos e contemporâneos.

Clara Não
“Amor, Humor, Feminismo” é como Clara descreve o seu trabalho. Com toques de ironia e uma realidade sincera, livre dos chamados tabus, acrescentado ao tom jocoso e comunicativo, a artista Clara Não faz críticas respeitáveis à sociedade. Contrastando com as observações sociais, estão as cores utilizadas delicadas e polidas, combinadas ainda com uma letra de aparência inocente que apelam à atenção para depois nos darem com um “balde de água fria” de uma realidade que nem todos querem ver.
Úlia
O imaginário duma natureza na qual as cores não são necessariamente realistas – talvez mais apaixonadas e sonhadoras -, descreve um pouco o carácter ébrio e emocional das expressões de Úlia. Composta por pensamentos (ou devaneios) desarrumados e incertezas, tanto em ilustração como também em vídeo, o trabalho de Úlia está sempre a um copo de verter meio litro de lágrimas, porque a catarse não cabe em si mesma.
Só Maria
Ao fundir a delicadeza cromática e expressiva, Só Maria produz um trabalho gentil de criação de caixinhas. Através de um olhar mais atento, podemos encontrar lares, as casas criadas para as plantas habitarem – sejam elas em forma de alfabeto, de vaso ou de cor.

Elena Urbina
Figuras, faces, perfis e corpos: delineados livres e traços singulares criados ao vivo. Elena Urbina, retrata o outro através das suas características mais conspícuas, sempre com um olhar atento às particularidades. Diferenciador na arte do retrato, está o quase abstracionismo de cores com pinceladas desprendidas que iluminam as faces desenhadas.
Patrícia Marinho
Histórias pessoais ilustradas, por vezes monocromáticas, por outras vividamente coloridas. A ilustração e a banda-desenhada de Joana Mosi – também conhecida como Magda Patológica – constituem narrativas hiper-sensoriais nas quais a emoção, a introspecção, mas também os diálogos realistas e os temas muito actuais da sua ficção desdobram-se em diferentes dimensões e personagens.
Gooze
Um aglomerado de pormenores constitui um todo extremamente detalhado. Mesmo tendo os murais como suporte, Gooze cria personagens repletas de detalhes e sentidos escondidos ou difíceis de desvendar. Tanto neste formato como no papel, ilustra o seu subconsciente através de cenários surrealistas.

Cara Trancada
Empoderamento, erotismo e educação são as primeiras três palavras que surgem ao contemplar o trabalho constante de Cara Trancada. Desprendidos de censura e de preconceito, com traços curvilíneos e tons rosados, os corpos são representados de um modo autêntico e não estereotipado. Uma quebra na sexualização do corpo feminino, uma pedagogia sexual necessária e ainda consideravelmente oportuna na contemporaneidade.
Joana Mosi aka Magda Patológica
Histórias pessoais ilustradas, por vezes monocromáticas, por outras vividamente coloridas. A ilustração e a banda-desenhada de Joana Mosi – também conhecida como Magda Patológica – constituem narrativas hiper-sensoriais nas quais a emoção, a introspecção, mas também os diálogos realistas e os temas muito actuais da sua ficção desdobram-se em diferentes dimensões e personagens.
Nódoa Negra
O papel, o tecido, o barro ou o digital: quatro dos suportes nos quais podemos encontrar a marca de Nódoa Negra. Encontramos linhas, caracterizadas por uma temática de humor existencialista – e por vezes niilista -, que nos confundem descomprometidamente. Adicionando-as às formas mais geométricas, encontram a organicidade que as mãos moldam no barro, produzindo o melhor de ambas as dimensões.

Joana Pintor
Com traços, cores e colagens, Joana apresenta-nos um mundo de fantasia de fácil contaminação.
Imagens vivas e representações delicadas que ficam na memória, juntam-se com tons harmoniosos, com um quase sabor que nos faz querer consumir mais e mais.
João Tamura
A fotografia de João Tamura documenta o quotidiano na perspectiva sonhadora que também caracteriza a sua música. Seja nas viagens ou na sua casa, a cidade que habita. Um espelho de como João Tamura vê o mundo, que sempre quis “escrever sobre as coisas que fazem perder o sono” . Se a sua fotografia analógica reflecte o mundo visual do artista, as letras na sua música constroem as narrativas do mesmo num formato artístico mais temporal.
Rubi Amarelo
Em vários suportes, o imaginário multicolor, os traços delicados, a natureza e as recorrentes referências ao corpo feminino. Poderia ser uma breve descrição do universo de Rubi Amarelo, mas também “é um momento de entrega. São linhas que se unem e que me movem. É um encontro entre o ingénuo e o real“, diz-nos.

Pouco Dura
“Tem mais preguiça que tempo e isso ajuda a que o seu trabalho aconteça devagarinho.
Mas está tudo bem.
Há muita pressa nos dias de hoje.”
Entre o real, o irreal e o surreal. Entre palavras, histórias e linhas. Pensamentos nocturnos traçados no papel (ou em qualquer tipo de dispositivo que ofereça a oportunidade de escrita), que nem todo o ser é capaz de verbalizar. O trabalho de Ana Durão viaja entre o humor, a fantasia e a angústia.
Sara P. Mendes
A natureza, a literatura e a música. São as três forças temáticas basilares que fazem o universo de Sara P. Mendes mover-se. O traço preto e fino – que contraria a ideia de que o que nos faz chegar às mensagens é a grandeza visual e cromática – conta-nos histórias fundadas na união e no equilíbrio entre a revolta e delicadeza. Não só compostas por linhas, as ilustrações de Sara mostram-nos manchas e palavras, transmitindo-nos as suas perspectivas sobre a sociedade contemporânea.
Sara Coelho
O onírico da fotografia de Sara Coelho não lhe retira o realismo, nas paisagens e nos retratos que figuram uma criação imaginativa e (muito) conceptualizada. As palavras contextualizam e desenham o seu trabalho numa linha continuada — não necessariamente relacionada cronológica ou racionalmente, já que a emoção impera e desenha os contornos de tudo o que rodeia a criação de Sara — e elevam a sua fotografia a um usufruto além do visual.

Diana Amado
Da experiência individual ao posicionamento na sociedade, da sociedade à relação que esta mesma tem com a cidade em que convive, retrato de histórias pessoais enquadradas no contexto social em que surgem.
Habitando Londres e habitada pelo mundo, Diana Amado explora as nuances únicas da diversidade humana e global e transforma esta procura num arquivo vídeo e fotográfico ainda inacabado.
Eva Magalhães
Há um sentimento qualquer – que tem pó, mas que não foi esquecido – que vive entre os trabalhos de Eva Magalhães. Os seus projectos visuais habitam e justapõem as colagens à pintura e à fotografia analógica, sem limites entre tudo o que vai da a ilustração até ao poema visual.
Fábio Santos aka Effesse
As questões levantadas sobre o ser numa cronologia demarcada pelo incerto desenvolvem em Effesse a necessidade de se expressar por meio de palavras e formas. As imagens compostas por linhas sintéticas – que formam paisagens espaciais -, aliadas às cores ácidas e saturadas que nos iludem ao fundirem-se, reflectem o surto provocado pelos dias com um tom electrónico e características muito digitais.

Rita Castanheira
Qual a relação entre o corpo, a mente humana e as tecnologias? De que modo é que estas extraviam o nosso pensamento para dimensões hipnóticas e monótonas?
Entre perdas de identidade e a pressão virtual institucionalizada de cobiçar o que o outro tem e/ou é, Rita Castanheira explora artística e ironicamente o modo como os nossos aparelhos digitais e a cultura popular da internet moldam a nossa identidade.